Parece que a juíza de instrução do processo "Apito Dourado" não terá assinado os autos das transcrições das escutas telefónicas efectuadas aos arguidos no processo. O vício, que constitui mera irregularidade processual, já se encontra sanado, após recurso para a Relação do Porto, mas vão continuar as arguições de nulidades.
Em processos "kilométricos" como este, a possibilidade de ocorrência de qualquer falha burocrático-administrativa é humanamente entendível. Depois de ler e reler e escutar horas e horas de conversação (porventura divertidíssimas, a avaliar pelas idiossincrasias de alguns dos intervenientes) sobre assuntos tão do interesse feminino como arbitragem futebolística, a última coisa que deve apetecer a uma jovem juíza é rubricar umas quantas centenas de folhas. Todavia, esquecê-lo, nestes processos, será sempre interpretado como um oportuníssimo lapso de palmatória - e um cheque em branco (neste caso, dourado) aos homens do apito e aos que os mandavam apitar.
À cautela, o major, por ora, ainda não apita. Compreende-se. Este processo é música de orquestra e o major está habituado a mandar apitar. Aguardemos então pelo quando e o quê o fará apitar.
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