É impressão minha ou estamos a ver nascer um novo ícone mundial ?
Até há seis anos atrás, e não obstante a sua candidatura às presidenciais colombianas, Íngrid Betancourt era uma perfeita desconhecida no salão nobre da política mundial. Perfeita na medida em que o que lhe sobrava de ambição e popularidade no seu país, faltava-lhe em reconhecimento e testoterona - requisitos gerais de admissão no Clube Med da política internacional.
Mas a ambição também consegue escrever direito por linhas tortas; e que melhores linhas há para inscrever um nome na história do que as dos títulos dos jornais mundiais, do que as dos anúncios de abertura dos telejornais ou do que as dos blogues pessoais? Principalmente quando se serviu e serve as necessidades de protagonismo dum líder político europeu em plena crise de imagem interna.
Respeito o sofrimento vivido por Íngrid Betancourt nos seus seis anos de cativeiro às mãos dos narco-guerrilheiros das FARC. Assim como respeito o sofrimento dos ainda sequestrados pela guerrilha, como é justo lembrar. O que já não posso respeitar é o evidente aproveitamento político que uma vítima tem feito e deixado fazer da sua certamente dolorosa experiência na selva colombiana, em chocante desrespeito pelos que consigo sofreram e foram libertados e, acima de tudo, pelos que ficaram.
Depois da recepção de Estado de Sarkosy, da Legião de Honra francesa e do provável nobel da Paz, é caso para dizer: Uribe que se cuide.
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