Ramos-Horta, Presidente da República de Timor-Lorosae, revelou hoje em Braga, à saída de uma conferência proferida na Universidade do Minho, que também gostava de ser enfermeiro reformado português.
A revelação, inusitada quando proferida por um co-agraciado com um prémio Nobel da Paz, deve-se no entanto, tão-somente, conforme resulta das declarações do PR timorense, ao generoso valor das pensões auferidas por aqueles profissionais da saúde em Portugal, que segundo Ramos-Horta ascenderá a € 2000 mensais - o que, nas palavras do político, permitirá a pelo menos um enfermeiro reformado luso-timorense, viver melhor, em Timor, que um PR timorense.
Não caucionasse a internacionalmente conhecida dedicação de Ramos-Horta à causa timorense a sua generosidade e abnegação e dir-se-ia, depois de ouvir as suas declarações, que, por trás do seu declarado contentamento com a bizarra possibilidade de todos os timorenses nascidos até 2002 poderem, por imprevisão legal nacional, adquirir a nacionalidade portuguesa, haveria ali aquela pontinha de cinismo típica do estadista de país sub-desenvolvido.
Mas, tirando isso, a confirmar-se essa possibilidade, e não tardará vermos Sócrates, qual Luís Filipe Vieira a promoter para o Benfica 300 mil sócios, a anunciar, num 10 de Junho, perante uma plateia de algumas centenas de timorenses bocejantes, que, com a atribuição da nacionalidade portuguesa a estas centenas de timorenses, Portugal acabara de concretizar mais um dos objectivos do Governo: ultrapassar, numa legislatura, o limiar dos dez milhões de habitantes!
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