Concretizando disposições regulamentares já existentes - e num esforço evidente de distinguir os seus (d) efectivos dos sujeitos da função policial -, a Direcção Nacional da PSP decidiu restringir o uso de tatuagens, piercings e adornos afins (de natureza capilar inclusivé) pelos seus agentes, e recomendar que estes evitem fumar e mascar pastilha quando contactam com os cidadãos.
A avaliar pelo destaque noticioso dado ao despacho directivo em questão, é de prever que, nos próximos dias, vamos ter os vários sindicatos da PSP a queixar-se de violação de direitos e liberdades constitucionalmente garantidas, pressurosamente assistidos pelos personagens da esquerda de salão do costume. Mas convenhamos: quem nunca leu na musculatura tatuada (e anabolizada) de muitos agente da PSP cenas nocturnas da vida de um porteiro de discoteca? Não me refiro às declarações de amor filial (Amor de mãe) e de orgulho bélico (COMANDOS 1971) típicas dos braços e dos antebraços de uma geração de veteranos da Guerra das Colónias; mas às serpentes e dragões flamejantes e aos símbolos motards mais associáveis aos membros das máfias japonesas e às guangues de motoqueiros norte-americanas do que à actividade policial. E, já agora, quem nunca partilhou o balcão de um qualquer café ou cervajaria com um semi-desfraldado (melhor, semi-desfardado) orgão de polícia criminal, que, tal como nós, bebia a sua imperial e fumava o seu cigarro, enquanto o rádio do carro-patrulha, estacionado em segunda fila lá fora, chamava?
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