O nosso primeiro está em Caracas, em visita oficial a Chávez. Como de costume, vai extensamente acompanhado: 80 empresários, 3 ministros e uns quantos secretários de Estado. A atender aos números da comitiva, prevê-se uma verdadeira maratona - não negocial, como é óbvio (tirando a estafada hospitalidade lusa, Sócrates terá pouco, muito pouco a oferecer a Chávez, em troca do seu ouro negro), mas desportiva, ao melhor estilo LeCoqSportif socrático - pelas avenidas de Caracas.
Esperam-se os habituais avistamentos com a comunidade portuguesa e meia dúzia de queixas da "revolução Chávez". Entre croquetes, cavaquinhos e vinho do Porto (made in Venezuela), a insegurança e a ameaça das nacionalizações vão estar, com certeza, em cima das mesas que os nossos compatriotas prepararam para Sócrates. A carência de professores de português no país, também (pois, segundo o secretário de Estado da Cooperação João Cravinho, num extraordinário exercício de politiquês, em declarações à LUSA, " Portugal vive numa conjuntura de enormes oportunidades no que toca ao ensino da língua portuguesa e à promoção da língua portuguesa no estrangeiro, (mas) conjugada com a exiguidade de recursos"), mas os nossos irmãos das terras de Vera Cruz já se encarregaram de suprir as faltas, e já têm 5 leitores na Universidade da Venezuela. É que, para Lula da Silva, que, com o seu camarada Chávez, já assinou um protocolo para a promoção do ensino do português na Venezuela, o português não é só a língua que os actores de novela falam, é investimento estratégico. Enquanto para Sócrates, é preciso é cair nas boas graças do novo Simon Bolívar, nem que para isso tenha de fazer um curso intensivo de espanhol técnico - ou, num futuro que já foi mais longínquo, de brasileiro econômico.
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