quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A rábula da actriz ubíqua

A actriz filha do meio do maestro Vitorino d´Almeida, Inês de Medeiros, certamente farta de fazer filmes só vistos em França, resolveu encarnar a má-consciência de José Sócrates em relação aos profissionais das artes e aceitou ser deputada pelo PS na actual legislatura, eleita pelo círculo de Lisboa. Soube-se entretanto que esta se declarou residente na freguesia de Santa Catarina simplesmente para efeitos eleitorais, pelo tem beneficiado do pagamento de viagens semanais, em executiva, a Paris, como se houvesse sido eleita pelo círculo da Europa - tudo porque é nos arredores da Cidade Luz que residem os seus filhos e é ali que tem domicílio fiscal.
Comovente não é? A oposição acha que não. A integridade e a ética republicana também. O presidente do conselho de administração da Assembleia, o sempre leal socialista José Lello, entende que sim. Mais: José Lello acha que negar à nouvel artista-deputada do PS essa benesse - só prevista para eleitos pelo círculo da Europa - é violar o princípio comunitário da livre circulação de pessoas e bens! Mas para que não o acusem de parcialidade, o bom do Lello já solicitou um parecer sobre o tratamento dado pelos parlamentos europeus a estas situações.
Pode ser que haja algum que tenha legitimado em letra de lei o oportunismo político.

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