Esperava mais de Miguel Sousa Tavares. Este prometera fogo para a sua estreia no seu novo programa na SIC, mas pouco ou nada chamuscou José Sócrates, que, para surpresa de muitos, continua a demonstrar grande endurance quando entrevistado.
A todos os tiros do entrevistador - que sempre nos habituou a um jornalismo forte, contundente -, Sócrates contrapôs com convicção e elegância, o que me pareceu ter apanhado desprevenido o entrevistador - que porventura esperava ir ter à sua frente uma (ex)fera ferida.
Faltou, por exemplo, perguntar ao primeiro-ministro se achava que o secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello, ainda tinha condições para permanecer no cargo; ou instá-lo a explicitar qual a diferença, politicamente falando, entre ter sabido formal ou informalmente do putativo negócio da PT com a TVI.
Além disso, custou ver o entrevistador perder o efeito da pergunta sobre o currículo do boy Rui Pedro Soares, perante a contra-argumentação de Sócrates, quando revelou, sublinhando o desconhecimento do entrevistador, que este, não só não fora proposto pelo Governo como já era director da PT antes de ser nomeado administrador.
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