Três vice-presidentes do grupo parlamentar do PS - Afonso Candal, Strecht Ribeiro e Mota Andrade - querem que os rendimentos dos portugueses sejam publicitados na internet.
A medida não é inédita no espaço europeu: há muito que foi implementada, por exemplo, na Dinamarca. Mas que pretendem estes três mosqueteiros com tal medida? Incentivar a delação fiscal, como instrumento de combate à fuga ao fisco? Criar um novo nicho de mercado para a imprensa sensacionalista cá do burgo? Vingar-se da "devassa" da vida privada de que o seu venerával patrono Sócrates tem sido vitíma?
Haverão certamente argumentos contra e a favor deste assomo de transparência socialista. Pessoalmente, preocupa-me mais o uso e abuso das câmara de vigilância, dos cartões únicos etc. Mas, com o país (des)envergonhadamente de tanga, dá vontade de perguntar aos três cavaleiros da transparência socialista, porque também não instam o Governo a tornar públicos os contratos que sustentam o Campus da Justiça de Lisboa e todas a negociatas que envolveram a alienação de património na Justiça? Porque não pedem explicações a Sócrates sobre os interesses públicos que fundamentaram o empréstimo que o Governo fará a Angola, em pé de igualdade com o Brasil? Porque não exigem que o Governo se ocupe de "vestir" e não de "travestir" o país? Façam-no, sem constragimentos politico-partidários e depois venham lá então falar-nos de transparência.
Sem comentários:
Enviar um comentário