quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Não compensa assaltar bombas de gasolina?

Não compensa assaltar bombas de gasolina. Não é a minha experiência pessoal que o afirma, sublinhe-se, mas o presidente da associação dos armazenistas e revendedores de combustíveis (ANAREC). Segundo o homem da ANAREC, Augusto Cymbrom, assaltar estações de abastecimento não compensa porque "têm muito pouco dinheiro disponível". Pelo que, caros assaltantes, aconselha ele, "deixem de assaltar e vão trabalhar que é melhor."
Não sei porquê, suspeito que a vilanagem nacional não estará particularmente receptiva ao conselho desesperado do líder associativo, mas, eu cá, se fosse profissional do sector, não desdenharia de tal sugestão. É que parece, segundo o Público, que o MAI vai alargar a mais 1000 postos de combustíveis, o programa "Abastecimento Seguro", o que, segundo o expressionista José Magalhães, vai possibilitar "sentar os operadores principais de segurança privada no (...) grupo de trabalho. (...) o que permitirá "somar ao trabalho da polícia a sinergia da segurança privada."
Assim, meus caros profissionais do assalto a bombas de gasolina, talvez seja melhor pensarem em mudarem de ramo de actividade. Ou, então, sindicalizem-se!, e reivindiquem, na vossa qualidade de operadores principais de insegurança pública, assento no grupo de trabalho de José Magalhães.
Mas, vendo bem as coisas, o Governo jogou bem. Não podendo nem devendo financiar os riscos inerentes à actividade empresarial dos revendedores de combustíveis e não querendo, ainda assim, melindrar esta sector do empresariado-financiador eleitoral nacional, nada melhor que, exibindo atenção e empenhamento e não comprometendo um cêntimo do erário público, promover uns quantos programas e protocolos, abrindo novos horizontes de negócio para o sector da segurança privada.
É caso para dizer: porreiro, Sócrates!

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