terça-feira, 2 de setembro de 2008

Educação no desemprego

Segundo a FENPROF, este ano serão cerca de 40 mil os professores no desemprego. De acordo com o ministério da Educação tal número não corresponde à realidade, dado não ser este o número de docentes inscritos nos centros de emprego.
Obviamente, a FENPROF contesta o critério ministerial, alegando que grande parte dos professores desempregados não reúnem os requisitos para aceder ao subsídio de desemprego, pois trata-se de casos de licenciados que nunca fizeram descontos para a segurança social, nunca tiveram qualquer contrato de trabalho (pelo que se justifica perguntar se alguma vez exerceram a profissão) ou então foram professores precários, contratados a "recibo verde". E, por outro lado, diz ainda a federação dos professores, para demonstrar a malévola intencionalidade da tutela, foram muitos os docentes que se aposentaram, pelo que não assiste assim ao ministério qualquer razão para a não integração nos quadros públicos de mais professores.
Como demonstração da inexistência de qualquer preconceito da minha parte relativamente à FENPROF, devo dizer que concordo não constituir argumento intelectualmente sério, por parte do ministério, a invocação do número de professores inscritos nos centros de desemprego. Ter-se como certos e seguros os números divulgados pelo IEFP, seria tão consequente como recorrer à Casa do Douro para apurar a taxa de sinistralidade rodoviária.
Todavia, também não é política nem intelectualmente sério, continuar a exigir a integração de mais professores nos quadros públicos, com o demagógico argumento de que estes iriam substituir docentes entretanto aposentados, quando se conhecem os baixíssimos números da natalidade em Portugal e a sua consequente repercussão na determinação das necessidades reais do país.
Se a sofística ministerial é uma degenerescência da (boa) prática política, a demagogia é um pecado venal do sindicalismo moderno.

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