sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Um desagravo quase imerecido

Por princípio e espiríto de contradição, nunca aderi às campanhas pseudo-libertárias anti-ASAE. Por mais que me esforçe, não consigo ficar indiferente a uns lábios carnudos marcados na chávena em que me servem um café. E ainda hoje sorrio, nostálgico, quando recordo o padeiro da minha rua, que guardava a pinça dos bolos na gaveta dos trocos, por causa das moscas. Além disso, faço parte daquela insuportável minoria de snobes que acham que não é a mesma coisa vestir um polo Lacoste, from Feira do Relógio, só porque este tem o crocodilo cozido à direita.
Nostagias e snobeiras à parte, apesar do seu diversificado currículo (de nomeado político) profissional, enquanto responsável máximo da ASAE, António Nunes tudo fez para inspirar no consumidor a confiança e o respeito devido a quem jurou solenemente defender e fazer cumprir as leis da república: Com rigor e desassombro (e shotguns) e nunca com visibilidade reduzida, o presidente da ASAE, goste-se ou não, imprimiu (ou comprimiu, dirão muitos) uma nova forma de fiscalizar as actividades económicas neste país de artistas da rádio, TV, disco e da cassete pirata.

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