"El Solitário", o assaltante de bancos espanhol actualmente detido no estabelecimento prisional do Monsanto, queixa-se de, entre outras sevícias infamantes, ter sido tocado nas partes nobres.
Desconhece-se, em concreto, a que partes o homem se refere, muito menos a que se deverá a sua nobreza - afinal, presunção e água-benta cada um toma a que quer. No entanto, acho que deve preocupar-nos o destaque jornalístico dado a tais declarações. Não é que as acusações proferidas não mereçam atenção - custa-me que achem mais aprazível Guantánamo que o nosso parque prisional e naturalmente desgosta-me que haja no nosso corpo de guardas prisionais gente dada à indiscrição e ao surripianço -, mas temo que a exploração jornalística deste género gratuito de maledicência nos possa trazer, para além de prejuízos incalculáveis no sub-sector do turismo prisional, uma onda insustentável de reclamações por parte daqueles que, ou porque servem os interesses da concorrência ou porque não estão satisfeitos com a qualidade, certamente transitória, dos seus alojamentos actuais, somente contribuem para justificar a existência da autoridade de fiscalização económica nacional.
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