José Sócrates apresenta hoje no Parlamento o seu mais recente número de contorcionismo político. Depois do exigente tirocínio no Grande Circo da Presidência Europeia e do número arriscado da Cimeira UE/África, é com ruída expectativa que o confrariado nacional espera ver e ouvir o nosso primeiro propor a ratificação parlamentar do Tratado de Lisboa.
Os pregoeiros da legitimidade democrática congratulam-se com a decisão. O povo, em época de saldos, agradece a desconsideração. Afinal, é para isso que lhes pagamos... E depois, que interessa ao merceeiro da minha rua que, com este tratado, a regra no processo decisório vá passar a ser - mesmo que só em 2014, graças à recalcitrante Polónia - a maioria qualificada, o que consagra, definitivamente, a Europa dos Grandes? Que espécie faz à minha avó que Portugal vá perder dois deputados no PE ou que vá deixar de ter direito a designar um comissário? Quando muito: "Olha, filho, serão menos três ao alto!"E que indignação suscita ao carteiro da minha área que a "nova Europa" vá ter um Presidente eleito? Nenhuma, com certeza, afinal temos o Felipão!
Enfim, de petulância em petulância até à irrelevância nacional.
Sem comentários:
Enviar um comentário