segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Dêem-lhes bisnagas

Este fim-de-semana estive para encomendar, num armazém de paquistaneses do Martim Moniz, 50 000 bisnagas para doar à GNR e à PSP. Ainda pensei adicionar 50 000 cinturões à encomenda - experimentei uns quantos modelos, estilo Billy The Kid, que ficariam a matar a muitos agentes -, mas com a proximidade do Carnaval, os preços começam a ficar proibitivos.
A pulsão benemérita assaltou-me no sábado à noite, depois de ver na TVI que as 50 000 pistolas adquiridas - e já parcialmente distribuídas - pelo MAI para a PSP e a GNR estavam a ser alvo de críticas dos agentes, que estão com dificuldade em adaptarem-se ao modelo.
Varado pela notícia, não pode deixar de recordar uma bisnaga preta que tive em miúdo. O brinquedo era um canhão estilo Dirty Harry, que ainda hoje assustaria muitos caixas bancários, mas, por uma qualquer insuficiência de fabrico, tinha a potência esguichatória duma palhinha de refresco.
Enfim, preocupado e pródigo, a minha primeira reacção foi consultar as casas da especialidade existentes na zona da Mouraria. Afinal, pensei, depois de se ter gasto cerca de 15 milhões de euros em pistolas da treta que só os cámones e os bifes ingleses e alemães usam, porquê gastar mais outro tanto para alterá-las, quando, com o grau de preparação e profissionalismo dos nossos agentes e a nossa capacidade inata de adaptação aos reveses da desdita, podemos perfeitamente, com menor custo e risco, dar conta dos artistas cá do burgo com umas quantas bisnagas made in Taiwan.
E se entretanto, tal como se prevê, os cinturões não chegarem a tempo, o meu amigo Karim consegue pôr um camião com 50 000, modelo Kid, à porta do MAI, em 24h.

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