Mais uma vez, no seu discurso de 25 de Abril, o nosso PR decidiu (voltar) puxar as orelhas à classe política, imputando-lhe a responsabilidade pelo desinteresse e ignorância das novas gerações sobre a política e os seus protagonistas.
E tem razão. Num país que teve um primeiro-ministro que não sabia quantos cantos tem os Lusíadas, que teve um secretário de Estado da Cultura que apreciava os concertos para violino de Chopin, que teve ministros que adjudicaram contratos públicos a empresas em que exercem, exerceram ou hão-de exercer cargos de topo e que tem um PR que, perante uma desconsideração pública de um líder regional, assobia para o lado e vai apanhar "banhos de multidão", a culpa só pode ser dos políticos. Pois, ainda que muitos desses nossos políticos apresentem o perfil ou o historial suficientes para protagonizarem uma nova série dos Morangos com Açúcar ou servirem de fonte de inspiração para meia-dúzia de epísódios do CSI Las Vegas, enquanto não cantarem (o Mendes Bota não conta), de preferência em inglês, não fizerem plásticas em Miami (o branqueamento dentário de Portas é obra nacional), não casarem com a Soraia Chaves ou a Jennifer Lopez, nem forem apanhados nos copos com a Amy Winnehouse, tão depressa não merecerão um minuto de consideração da geração rasca.
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