Cavaco Silva falou ontem ao país, ou melhor, ao PS, ou melhor ainda, ao PS/Açores. Isto para não dizer que, na verdade, lá no interior do "boneco institucional" que encarna, Cavaco quis mesmo mas foi falar aos 230 idiotas que a Constituição da República permite que ponham e disponham dos seus poderes presidenciais sem lhe darem...cavaco!
Depois de um dia de suspense, de inusitado frenesim mediático em que todos sobre tudo especularam sobre qual seria o tema da anunciada declaração do Presidente ao país - o "chumbo" (parcial) do TC ao Estatuto Político-Administrativo dos Açores? o novo regime da Função Pública? o caso Apito Dourado e a FPF? -, Cavaco apareceu nas suas melhores vestes dramáticas, senho fechado, visivelmente nervoso, para discorrer, afinal e somente, sobre o chumbo ao Estatuto dos Açores.
Denso e fechado, o discurso não foi, evidentemente, para português perceber, mas para PS ouvir e Assembleia não tresler. Enfim, foi Cavaco à Cavaco.
Indubitavelmente, Portugal perdeu um actor dramático (canastrão) e, a grande maioria dos portugueses, uns longos minutos para fazer outra coisa qualquer.
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